Atenção e memória em adultos: quando buscar ajuda neuropsicológica?

É comum que adultos passem por momentos de distração, lapsos de memória ou dificuldades de concentração, especialmente em períodos de estresse, esgotamento mental ou sofrimento psíquico. No entanto, quando essas queixas se tornam persistentes e interferem no desempenho profissional, acadêmico ou na vida pessoal, é essencial buscar avaliação especializada.

A avaliação neuropsicológica é um recurso técnico-científico realizado por psicólogos(as) com formação específica, e tem como objetivo investigar o funcionamento das principais funções cognitivas e emocionais, como atenção, memória, linguagem, raciocínio lógico, percepção, funções executivas e regulação emocional.

Quando é indicada?

A avaliação é recomendada em casos como:

● Queixas persistentes de esquecimentos, desatenção ou desorganização;

●Suspeitas ou histórico de Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) não diagnosticado na infância;

●Avaliação de déficits de memória ou mudanças cognitivas sem causa aparente;

●Dificuldades cognitivas associadas a ansiedade generalizada, depressão, estresse pós-traumático ou síndrome de burnout;

●Presença de TOC (Transtorno Obsessivo-Compulsivo) com prejuízos nas funções executivas e no controle inibitório;

●Apoio ao diagnóstico diferencial em casos de transtornos de personalidade, transtornos de humor e outras psicopatologias clínicas.

Quais testes são utilizados?

A escolha dos instrumentos depende da demanda clínica, idade, escolaridade e histórico do paciente. Alguns testes frequentemente utilizados incluem:

●WAIS-III – Escala de Inteligência Wechsler para Adultos (avalia QI, raciocínio lógico, memória de trabalho, velocidade de processamento);

●FDT – Teste de Desempenho Escolar (uso complementar em queixas relacionadas à aprendizagem);

● BPA – Bateria Psicológica para Avaliação da Atenção;

● D2-R – Teste de Atenção Concentrada;

●Rey Auditory Verbal Learning Test (RAVLT) – Avalia memória verbal, aprendizagem, interferência e evocação;

●Figura Complexa de Rey – Instrumento projetado para avaliar percepção visual, memória visual e planejamento;

●Inventários e escalas clínicas – como BDI-II (depressão), BAI (ansiedade), ASRS (TDAH), Y-BOCS (TOC), entre outros.

Todos os instrumentos utilizados são de uso exclusivo do psicólogo e seguem as diretrizes do Conselho Federal de Psicologia.

Como funciona o processo?

A avaliação neuropsicológica é feita em 7 a 10 sessões, que incluem:

1. Entrevista clínica inicial com o paciente (e familiares, se necessário)

2. Aplicação dos testes neuropsicológicos, de forma individualizada

3. Análise clínica dos resultados, integrando dados objetivos e subjetivos

4. Sessão de devolutiva, na qual o profissional explica os achados, fornece orientações e esclarece dúvidas

5. Entrega do laudo neuropsicológico, com linguagem acessível, hipóteses diagnósticas e recomendações personalizadas

   
   

E depois da avaliação?

Com base nos resultados, o paciente poderá ser encaminhado para:

● Psicoterapia (individual ou familiar);

● Treinamento cognitivo ou reabilitação neuropsicológica;

● Avaliação ou acompanhamento médico/psiquiátrico;

● Orientações sobre estratégias compensatórias e de organização pessoal;

● Apoio para adaptações acadêmicas ou profissionais, se necessário.

Um olhar integrativo sobre a mente

A avaliação neuropsicológica vai além dos testes. Ela considera o contexto de vida do paciente, aspectos emocionais, históricos de aprendizagem, vivências traumáticas, rotinas e fatores ambientais. É um processo que acolhe e esclarece, guiando o caminho para intervenções mais eficazes e respeitosas.

Se você sente que sua atenção, memória ou organização mental estão prejudicadas, não hesite em procurar apoio especializado. Entender como sua mente funciona é o primeiro passo para transformá-la.

Clínica de Neuropsicologia e Psicologia Cassia Nogueira

Nosso trabalho é pautado na ciência e no cuidado humanizado.